Você pisa em uma poça
E deixa escapar um longo bocejo
Eu quero que você convoque uma terrível tempestade
Forte o suficiente para afastar até este céu
Eu estava esperando o vento
Porque esta vida vazia com certeza seria muito chata para mim
Esperando o vento
Esperando o vento
Quando os ventos de verão farfalharem as folhas,
Soprem as palavras também
Engula todos nós por inteiro
Até que ninguém possa proferir uma única palavra
Doddodo dodoudo
“Então você realmente pode convocar o vento, não é?”
Eu perguntei enquanto o encarava, surpreso
Você me respondeu, sem rodeios
“Eu posso controlá-lo como eu quiser!”
Eu estava esperando o vento
Porque uma sociedade que segue padrões é sufocante demais
Parece que vamos precisar de uma chuva ainda mais forte
E um vento que afastará até esse sentimento
Quando os ventos de verão farfalharem as folhas,
Apenas jogue tudo fora
Se continuarmos desse jeito
Esqueceremos até quem somos
Sopre as nozes ainda verdes
Sopre os marmelos azedos
Torne-a maior, ainda mais violenta
Uma ventania que destruirá esta cidade
Sopre, ventania de verão
E jogue tudo fora
Sopre para fora at risteza… os sonhos… tudo, Matasaburo!
Se continuar, a estrada será longa
Suas palavras serão o seu vento
Então engula todos nós por inteiro
Até que ninguém possa proferir uma única palavra
Doddodo dodoudo
Kaze no Matasaburo ("Matasaburo, o gênio do Vento") é um conto de 1934 escrito por Kenji Miyazawa.